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Mostrando postagens de 2017

Uma história dos tempos do Império

“Chuva causa tragédia que se repete há mais de 100 anos”. Foi com essa manchete que a Tribuna noticiou dia 15 de março passado a última enchente em Petrópolis, que alagou o centro da cidade e as ruas Cel. Veiga e Washington Luís. Embora previsíveis, principalmente com as chuvas de verão, as enchentes parecem sempre nos pegarem de surpresa com as mortes (não poucas), e os prejuízos materiais. A cada quatro anos o prefeito recém-eleito precisa agir com rapidez para enfrentar as enchentes logo no início de sua administração. O Imperador na Praça (Foto: Paulo P. de Carvalho/2010)          Uma das sugestões dos engenheiros é a construção de um novo túnel extravasor que facilite o escoamento das águas antes que inundem todo o Centro Histórico. Toma-se como exemplo o túnel extravasor inaugurado na década de 1970 e que tem sua entrada junto à rodoviária urbana - ele leva as águas do rio Palatinato diretamente para o rio Piabanha, no Itamarati. Embora importante, o túnel não funcio

Camarada bom de luta...

         … Mas sem perder a ternura, jamais! Enivaldo Gonçalves sempre foi um sujeito de boa paz, até a hora em que sentia ameaçados os direitos da classe trabalhadora que tão bem representou e defendeu. Menino pobre numa cidade rica, aos onze anos foi emancipado para tirar a Carteira de Trabalho e ajudar sua mãe no sustento da casa e na criação de seus irmãos e irmã – trabalhava no Hotel Casablanca e morava na Rua Teresa. Nesse trajeto, todos os dias escutava os gritos e lamentos dos presos na Delegacia de Polícia que ficava na entrada da rua 24 de Maio – vivíamos então os “anos de chumbo” da ditadura civil-militar. E disso lembrava até seus últimos dias, como ficou registrado no depoimento que prestou para a Comissão Municipal da Memória, Verdade e Justiça de Petrópolis.          Incansável lutador das causas sociais, Enivaldo iniciou sua vida pública liderando a greve dos servidores municipais em 1979, e que proporcionou a transformação da associação dos servidores em

Uma festa para o Maestro

           Este sábado, 18 de março, é dia de festejar o aniversário do filho caçula de Francisco Antonio e Anna Adelaide, dia de comemorar os 103 anos do grande maestro petropolitano César Guerra-Peixe. Naquele março de 1914, enquanto a Europa se tornava palco do primeiro grande conflito mundial, em Petrópolis entrava em cena aquele que se tornaria um dos maiores brasileiros do século XX, como bem definiu um de seus alunos e admiradores. Tomando o bonde na Petrópolis da década de 1920              Nascidos na Beira, região noroeste de Portugal, os Guerra-Peixe chegaram a Petrópolis ainda na década de 1890. O pai era ferrador de cavalos e “curativo de animais”, e montou uma oficina na rua da feira. Músico amador, tocava violão, bandolim, guitarra portuguesa, sanfona de oito baixos e cítara. A mãe, enquanto cuidava dos afazeres domésticos e dos dez filhos e filhas, ouvia música clássica o dia inteiro – o menino adorava e guardou essa memória por toda a vida.             Incenti