“Chuva causa tragédia que se repete há mais de 100 anos”.
Foi com essa manchete que a Tribuna noticiou dia 15 de março passado a última enchente em Petrópolis, que alagou o centro da cidade e as ruas Cel. Veiga e Washington Luís. Embora previsíveis, principalmente com as chuvas de verão, as enchentes parecem sempre nos pegarem de surpresa com as mortes (não poucas), e os prejuízos materiais. A cada quatro anos o prefeito recém-eleito precisa agir com rapidez para enfrentar as enchentes logo no início de sua administração.
Foi com essa manchete que a Tribuna noticiou dia 15 de março passado a última enchente em Petrópolis, que alagou o centro da cidade e as ruas Cel. Veiga e Washington Luís. Embora previsíveis, principalmente com as chuvas de verão, as enchentes parecem sempre nos pegarem de surpresa com as mortes (não poucas), e os prejuízos materiais. A cada quatro anos o prefeito recém-eleito precisa agir com rapidez para enfrentar as enchentes logo no início de sua administração.
![]() |
O Imperador na Praça (Foto: Paulo P. de Carvalho/2010) |
Uma das sugestões dos engenheiros é a construção de um novo túnel extravasor que facilite o escoamento das águas antes que inundem todo o Centro Histórico. Toma-se como exemplo o túnel extravasor inaugurado na década de 1970 e que tem sua entrada junto à rodoviária urbana - ele leva as águas do rio Palatinato diretamente para o rio Piabanha, no Itamarati. Embora importante, o túnel não funcionou adequadamente este ano na enchente que alagou a Praça da Inconfidência e arredores.
Deixando as soluções para os profissionais, vamos nos ocupar das possíveis causas das enchentes na Rua do Imperador e arredores. O assoreamento e o estreitamento das calhas dos rios, a impermeabilização do solo com o asfaltamento das vias urbanas (consequências da urbanização crescente), as fortes chuvas nas cabeceiras dos rios Quitandinha e Palatinato; são fatores que, somados, fazem extrapolar a capacidade de escoamento no Centro Histórico. Sem esquecer a grande diferença de altura e pequena distância, das cabeceiras dos rios ao Centro - o que provoca transbordamento acelerado, surpreendendo a todos.
Mas esse problema não é recente, e um “causo” relatado nos anos 1970 pode contribuir para esclarecer o mistério dos alagamentos constantes na região do Centro Histórico e ilustrar a manchete da Tribuna. Conta a história que, certo dia, o alazão preferido de Sua Majestade Imperial adoeceu, recebendo imediatamente todos os cuidados dos veterinários que atendiam os animais do Palácio em Petrópolis. No entanto, o tratamento não surtiu efeito e o pobre alazão piorava a cada dia. Pedro II não se fez de rogado e mandou subir à Serra os veterinários da Corte no Rio de Janeiro. Em poucos dias o Imperador recebia a notícia de que não havia remédio conhecido que curasse o mal de seu favorito.
Estava já Sua Alteza conformado quando soube que havia chegado há pouco da Alemanha um jovem imigrante camponês com a fama de ser bom “curador” de animais. Esperançoso, o Imperador fez com que o jovem alemão cuidasse do pobre cavalo. Para surpresa geral, o tratamento surtiu resultado e o alazão se recuperou.
Fez então Pedro II trazer à sua presença o campônio e ofereceu como recompensa parte da região onde hoje se encontra o Centro Histórico de Petrópolis. O jovem, com o conhecimento acumulado por gerações de camponeses de sua família, recusou. Ressabiado, o Imperador quis saber o porquê da recusa e o jovem de pronto respondeu: “De nada me serve esse charco! ”Porque o encontro dos rios de duas bacias numa área de baixada como é o centro de Petrópolis só podia redundar num imenso charco que, mais tarde, Koeller urbanizou com seu projeto.
Para terminar esta história do Império, e encurtando a conversa, o que se sabe é que o jovem camponês não ficou de mãos abanando. Em sua magnificência, o Imperador perguntou quais terras queria então o campônio que, conhecedor dos segredos da terra, escolheu um trecho em um dos quarteirões de Petrópolis ali na região da atual avenida Barão do Rio Branco, onde plantou frutíferas e criou sua família. Ao que consta, seus descendentes estão por lá até hoje!
Petrópolis, março de 2017
Paulo P. de Carvalho/ Jornalista
Publicado na Tribuna de Petrópolis/ 06/04/2017
A reforma do cais do porto no rio, e o grande mergulhão que recebeu o nome do prefeito Alencar... custaram milhões e bilhões; ficaram caríssimos, mas o dinheiro apareceu, e agora os automobilistas velozes "adoram"...
ResponderExcluirSó existe um "jeito" para o problema do centro urbano construído ao longo de um encontro de ribeirões:
1) Verba para entregar residências novas para todos os moradores de prédios altos no centro... os quais [com exceções] seriam demolidos...
2) Desmontar aquele horrível obelisco, e toda a praça central coberta, para que as águas dos ribeirões em confronto possam fugir mais rápido nas enchentes. No local, uma espécie de "bacia" seria aberta, e ajardinada; com a pista do lado direito como via suspensa.
3) Só seriam mantidos os antigos sobrados. No primeiro andar dos sobrados, não haveriam instalações custosas.
É certo que no bndes, e em outros bancos de fomento internacional, a verba existe!!
E os institutos de preservação histórico-arqueológicos, que são tão "caxias"... poderiam conseguir esta obra para o orgulho de Petrópolis!
obs 1- Petrópolis nunca foi "cidade imperial"; foi monárquica... Dom Pedro II foi Nosso Rey - Ele não foi Imperador!
http://www.virtualpolitik.bravehost.com/patrimonio.html
obs 2- A contrapartida dos milhões e bilhões do prefeito Eduado Pais para as zonas de subúrbios e periferias não existiu.