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Comunismo e Liberdade


Um probleminha na correção de uma duplicidade no post sobre a exposição de Miriam de Almeida fez com que a postagem com o artigo do professor André Rodrigues desaparecesse. Pois está aí mais uma vez.


LIBERDADE E COMUNISMO


Eis um assunto em que muito se fala e pouco se pratica. Maior ainda é a confusão conceitual a seu respeito. Dizem que liberdade é uma só, mas na verdade existem dois tipos: as reais e as fictícias.


A liberdade humana envolve pensamento, ação e a produção, no sentido de constituir a constante criação prática pelos indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam suas faculdades, sentidos e aptidões. Logo, não há liberdade sob a dominação das forças egoístas da sociedade capitalista ou do Estado burguês, que incorpora apenas simbolicamente os indivíduos, mas que na verdade os exclui da vida política subtraindo-lhes a autonomia.

É a liberdade que, sendo do indivíduo enquanto ser comunitário, efetiva-se na comunidade política mediante a luta contra os mecanismos de dominação e alienação da liberdade humana. Ou seja, a liberdade individual enquanto expressão da liberdade do indivíduo, só se contempla no coletivo, isto é, com a liberdade coletiva.

Vivemos numa sociedade marcada pela injustiça social. Trata-se de um regime econômico de exploração, que tem na apropriação privada da riqueza produzida coletivamente seu traço distintivo. Lutar contra este sistema, na perspectiva da construção de uma nova sociedade, é tarefa de todos que não confundem liberdade com alienação. Estar disposto a alcançar níveis mais elevados de consciência e reconhecer que isso só é possível enquanto fruto do amadurecimento das formas de luta da classe trabalhadora é um primeiro passo neste sentido.

Já outro passo é compreender o que significa uma sociedade comunista. Esta é a etapa superior de desenvolvimento da sociedade socialista. Ou seja, ela só existirá quando não existir mais a sociedade capitalista e nem as classes sociais e quando o Estado for desnecessário como instrumento de classe para garantir a supremacia da maioria sobre a minoria outrora exploradora.

No capitalismo, temos o domínio de uma minoria, a burguesia e os ricos, sobre a maioria, os trabalhadores e as demais classes laboriosas. Ou seja, uma sociedade dividida em classes sociais. Temos os ricos, a classe média, os pobres e os miseráveis. E o Estado é o instrumento que serve à opressão de classe, serve para manter o domínio de uma classe sobre as demais; no caso do capitalismo, serve para manter sob controle os pobres e os trabalhadores. Por isso a polícia, o judiciário e o governos sempre servem aos interesses da burguesia e das classes dominantes.

No socialismo isso começa a mudar, porque as classes sociais não desaparecem de uma hora pra outra. É um processo cultural, econômico e de educação política. Por isso o Estado que antes ficava ao lado da burguesia como instrumento de opressão de classe e garantidor de seus privilégios, agora se coloca ao lado dos trabalhadores para promover as transformações necessárias e a transição rumo á sociedade comunista, extinguindo as classes sociais até que ele mesmo não seja mais necessário.

Compreendidos os conceitos de liberdade e comunismo, está-se livre para separar o joio do trigo e, despido de preconceitos, parar de falar bobagens e postar asneiras nas redes sociais.
André Rodrigues
Secretário Político PCB-Petrópolis

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